Estalou o verniz nas boxes da F1. Os pneus continuam no
centro das atenções e todos criticam os Pirelli.
O GP da Espanha teve 82 paragens para pneus, o que deu quase
1 pit stop por minuto. E mais seriam se não houvesse desistências. Hamilton andou a
passo de caracol e viu um Williams
passar por ele para seu espanto. Red
Bull teve de se contentar com o 4º lugar não indo à luta pela vitória. A corrida foi perdendo ritmo e interesse com as sucessivas
paragens.
Está na altura de perguntar se é esta a F1 que queremos. O patrão da Red Bull veio dizer que isto não é F1 e mais um jogo de gestão de
pneus. Se calhar não deixa de ter razão. Vários comentadores já se vieram
insurgir contra os pneumáticos e pedem uma revisão. Por seu lado a Lotus, que consegue poupar pneus como ninguém,
diz que não se devem reescrever as regras do jogo a meio, com a possibilidade
de prejudicar uns para beneficiar outros. É que o Lotus tem falta de velocidade
e só a capacidade de preservar os pneus durante a prova tem permitido a Kimi
subir tantas vezes ao pódio.
A nossa opinião? Esta situação não é boa para a modalidade.
Vemos pilotos que nem atacam nem defendem. São quase robots, em alguns casos, que
sabem que tem de fazer um tempo determinado por volta, de forma a fazer “x”
voltas, para assim a estratégia dar certo. E as perseguições? E a vontade de
andar sempre mais? E o defender da posição? Tudo isso se dilui no meio da
poupança da borracha.
É justo culpar a Pirelli? Não, de todo! Eles fizeram o que
lhes foi pedido. Pneus mais macios, que durem menos, para possibilitar mais variações.
E a fórmula até que correu bem até agora. As corridas foram bem interessantes. Mas
a marca tem sofrido criticas constantes e torna-se complicado aguentar tanta
critica durante tanto tempo. Tanto que vieram a publico dizer que se as equipas e
os fãs quiserem a procissão monótona que se verificava antes eles não tem
problemas, pois fazer pneus mais resistentes é bem mais fácil que os fazer menos
duráveis.
É necessário chegar a um meio termo. Pneus que possibilitem
no máximo 3 paragens mas que estejam mais virados para as 2 paragens, para
assim poder haver variabilidade nas estratégias e os pilotos possam ainda assim
puxar pelas maquinas sem medo de ficar sem pneus.
A Pirelli disse hoje que vai introduzir novos compostos mais duros para GP do Canadá, mantendo os
pneus actuais apenas para Mónaco, uma pista que é pouco exigente para os pneus.
Segundo Paul Hembery, director desportivo da Pirelli, a marca subestimou a
performance dos carros, dizendo que os testes são feitos num F1 Renault de 2010
que roda 4 a 5 seg. mais lento por volta que os carros actuais, o que não da
dados suficientemente claros.
É preciso ter muito cuidado com o que se vai fazer pois já há
pessoas que dizem que a medida vai favorecer os Red Bull. A própria Pirreli tem
essa noção e disse-o publicamente. Mas a verdade é que 4 pit stops por carro
são demais. Esquecer a qualificação para poupar pneus é inaceitável. Tirar o pé
do acelerador para poupar pneu vai contra a essência do desporto.
A situação é mais complicada do que possa parecer. Veremos como
se desenrola.
P.S. : No resumo dissemos que a ordem para Perez acalmar e
ter cuidado com os pneus parecia uma continuação do episodio do Bahrain com o
nº 1 da equipa a ser beneficiado em detrimento do recém chegado . Mas depois de
ver o pneu de Perez já “com os arames á
mostra” acredito que tenha sido uma medida de precaução e não uma ordem de
equipa.
Mapa dos Pit Stop´s de Espanha
Últimas :
Fala-se que Juho Hanninen será o piloto da Hyundai para o
WRC de 2014. Supostamente, o piloto finlandês tem participado no
desenvolvimento do i20 que fará o seu inicio no próximo ano.
A McLaren poderá deixar o prateado de lado e voltar ao
laranja que caracterizou a marca no seu inicio. A parceria com a Vodafone vai
acabar no final da época,e um novo patrocinador poderá levar a mudanças na estética
do carro, desde que o patrocinador aceite a cor. Nós gostaríamos de ver outra
vez os McLaren de vermelho e branco. Mas isso somos nós.
Fábio Mendes
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