terça-feira, 28 de maio de 2013

Números da Fórmula 1

O mundo da Fórmula 1 é feito de números. Muitos números. A física e a mecânica, aliada a aerodinâmica, permitem que estes carros alcancem velocidades impressionantes num curto espaço de tempo. E tudo isto como é óbvio é caro. Muito caro.
 Tentamos fazer uma resenha de alguns do números impressionantes, que fazem parte do dia-a-dia de um carro de fórmula 1.

Vamos então começar pelo coração do carro:

Cada carro está equipado com um motor V8, 2.4L, aspirado naturalmente (não tem ajuda de turbos,) atingindo 18000 rotações por minuto ( para o ano que vem serão V6 1.6L, turbinados). Estima-se que produza 750 cv, mas não é certo pois muitos dados tem sido escondidos ao longo do tempo. Cada motor tem de pesar 95 kg. O consumo de combustível anda à volta do 65L por cada 100Km, aspirando 650L de ar por segundo.


Em relação à aerodinâmica, é facto já conhecido que um carro de F1 consegue, em teoria, ter tanto apoio aerodinâmico, que lhe permitiria andar de “cabeça para baixo” caso o motor fosse concebido para tal fim e fosse pilotado por alguém corajoso o suficiente para o fazer. Na verdade as forças G são tão grandes num F1 (5,5 G em certas curvas) que chegam a ser superiores as sentidas no lançamento do Space Shuttle (3G). Em aceleração, o carro atinge 1,45 G, conseguindo chegar aos 100Km/h em 2 seg. e 300 km/h em 8,6. Mas nem só de aceleração um carro de F1 é feito, pois consegue travar dos 200km/h aos 0 em 2,9 seg. percorrendo à volta de 65 metros durante esse tempo. Um carro de F1 é capaz de fazer 0-200km/h-0 em perto de 7seg.

A velocidade mais alta registada por um carro de F1 foi de 400Km/h num record oficial. O carro era um Honda (007) especialmente modificado para esse fim, com Alan van der Merwe ao volante. Mas este tipo de velocidade não se verifica durante as corridas, onde o máximo se situa nos 320Km/h. O record de pista está nos 369,9Km/h em Monza por Antônio Pizzonia da BMW WilliamsF1 em 2004.

Tudo isto exige engenharia minuciosa. Cada carro tem aproximadamente 80.000 componentes montados com 100% de precisão. Apesar disso e da possível fragilidade de alguns componentes, a FIA exige que certas peças sejam mais duráveis. Por exemplo, cada carro pode apenas usar apenas 8 motores por ano, sendo penalizado se usar mais que este número. As caixas de velocidades devem durar 5 corridas (esta regra é mais complicada de seguir pois as caixas são partes que se desgastam muito depressa com o número de passagens de caixa a atingir facilmente 3000).

 Está previsto o gasto de 2.2 Milhões de litros de combustível, e 36000 pneus para a época 2013.

Mas ainda assim a F1 pode ser considerada amiga do ambiente pois um carro de F1 é cerca de 20% mais eficiente que um carro de produção, com as mesmas características de potência.

Tudo isto tem custos. E alguns deles são muito elevados. Fica aqui uma pequena lista só para terem uma noção do quanto custa um F1.

Asa Traseira: 10400€
Volante: 23150€
Escape 9300€
Asa da frente: 17280€
Pneu: 520 €
Travões:  2800 €
Motor:  172300€
Caixa de velocidades:  94750€
Software usado nos carros: 86200€

Obviamente que não temos acesso aos valores reais que cada equipa gasta nos componentes dos carros, mas estes são os valores que circulam na net e que não fogem muito da realidade.

Apenas mais alguns números:

Cada carro envia 1MB por segundo de dados de telemetria (acima de 100 sensores em cada carro, que enviam dados mecânicos para as boxes e para os centros de desenvolvimento dos carros das respectivas equipas em tempo real)

Os orçamentos das equipas de top podem ultrapassar os 200 milhões. Fica aqui uma lista dos possíveis orçamentos das equipas do ano passado. Esta lista pode não estar correcta mas são valores aproximados.

Red Bull-Renault = €265m - €380m
McLaren-Mercedes = €250m
Scuderia Ferrari = €310m
Mercedes AMG F1 = €200m
Lotus-Renault = €160m - €180m
Force India-Mercedes = €125m
Sauber-Ferrari = €85m
Toro Rosso-Ferrari = €115m
Williams-Renault = €115m
Caterham-Renault = €105m
HRT-Cosworth = €50m
Marussia-Cosworth = €70m
(m= milhões)

 É preciso ter em conta que as equipas de topo têm em média 500 pessoas a trabalhar para si.


Surpreendido? Não fique. Ainda há mais números espantosos que são guardados em segredo. Mas é por tudo isto que gostamos de F1.



Fábio Mendes




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